Curso de Educação Ambiental em Energia Nuclear capacita professores do Médio Paraíba

A Fábrica de Combustível Nuclear – FCN, através do Programa de Educação Ambiental - PEA, realizou o curso ‘Multiplicadores de Educação Ambiental em Energia Nuclear’. As aulas aconteceram entre os dias 06 e 15 de agosto e tiveram como público 15 professores do ensino fundamental II e ensino médio dos municípios de Resende/RJ e Itatiaia/RJ.

A formação foi idealizada por Flávia Pires, bióloga e educadora ambiental da INB, com o auxílio de uma equipe técnica formada por João Gonçalves, superintendente de Engenharia do Combustível, pela engenheira Ana Cristina Lourenço e por Célio Gosling, supervisor de Radioproteção.

“O curso está previsto em nosso Programa de Educação Ambiental, aceito pelo Ibama em 2015. Nesse meio tempo, amadurecemos a proposta e agora colocamos em prática esta versão piloto, que iremos replicar em breve. Esta edição contempla professores da região. Nas próximas, queremos trazer agentes de saúde e também ambientalistas”, explicou Flávia.

Entre os temas trabalhados estão as possíveis aplicações da energia nuclear, um estudo da matriz energética do Brasil, com ênfase no Programa Nuclear Brasileiro, o ciclo do combustível nuclear na geração de energia e também os acidentes nucleares ocorridos no mundo. Os docentes puderam ainda conhecer de perto as atividades da FCN. Houve também mesa redonda sobre os rejeitos gerados pela INB e medidas de segurança.

O Instituto de Engenharia Nuclear - IEN marcou presença, com uma palestra do Prof. Dr. Júlio César Suíta, da Divisão de Radiofármacos, sobre as aplicações de técnicas nucleares nas áreas de saúde e indústria.

“Esta é uma tecnologia em evolução, mas que precisa ser conhecida para que as pessoas entendam que o nuclear também pode ajudar a manter a vida e facilitar o dia-a-dia das pessoas”, disse Suíta.

De acordo com os participantes, o curso possibilitou o vislumbre do tema através de nova perspectiva. Doutoranda em Biogeografia, a professora de Itatiaia Ana Cristina Almeida questionou a forma com que a energia nuclear é comumente apresentada à população.

“Todos nós chegamos aqui com uma percepção errada porque tanto a mídia quanto os livros nos mostram esse conteúdo de forma negativa. E, por termos sido ensinados dessa forma, acabamos reproduzindo isso para os alunos. Com o curso, pudemos entender a energia nuclear pelo aspecto social, conhecer seus benefícios e também seus riscos. Agora é nossa obrigação multiplicar este conhecimento”, destacou.

Para manter a chama acesa, a professora em Itatiaia Luciana Ramos já esboça diversas atividades a serem realizadas com os alunos.

“Eu imagino todo este conteúdo dentro da escola, em forma de feira, protótipos, talvez um quadro fixo para que todos tenham acesso a essas informações. Independente do canal, essa informação precisa chegar aos alunos, e trabalhos de desdobramentos precisam ser feitos”, planejou.

Para conhecer a última etapa do ciclo, a geração de energia elétrica, os participantes visitaram as instalações da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA em Angra dos Reis/RJ, no dia 09.

Para o chefe de Gestão Ambiental da usina, Ricardo Donato, o trabalho conjunto é de vital importância para suprir a carência de informações de qualidade disponibilizadas à população.

“As nossas empresas precisam atualmente ‘correr atrás do prejuízo’ que anos de desinformação trouxeram. Pois somente o trabalho da Educação Ambiental aliado à Comunicação Institucional  poderá, com o tempo, ajudar a desmistificar o tema nuclear junto à sociedade. Essa é a grande missão a ser cumprida pelo setor: esclarecer para desmistificar”, declarou.

Oferecer base para a formação de uma opinião bem informada foi o real objetivo do curso, segundo Márcio Adriano, diretor de Produção do Combustível Nuclear na INB.

“Queremos mostrar o lado real da energia nuclear, com instalações seguras e de qualidade, para que os participantes possam entender e tirar suas próprias conclusões. A nossa meta é educar, para que o conhecimento que chega ao público seja composto de fatos, e não inverdades”, explicou.

A formação gratuita foi uma parceria da INB com a Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, a Eletronuclear, o Instituto de Engenharia Nuclear - IEN e as Prefeituras Municipais de Resende e Itatiaia.

 

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