INB destina aproximadamente 550 toneladas de resíduos para fábrica de cimentos

Grande parte dos resíduos produzidos pela INB na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) - Pastilhas, em Resende/RJ, vem sendo destinada à fabricação de cimento através da contratação da empresa Haztec Tecnologia e Planejamento Ambiental S/A, especializada na prestação de serviço de coleta, transporte e destinação final de resíduos.

O contrato foi assinado em abril de 2019. De acordo com o gerente de Produção, Marcos Mattos, isso diminui o passivo ambiental da empresa, além de mitigar riscos operacionais.

Desde a primeira destinação, a INB já enviou aproximadamente 550 toneladas de resíduos de Sulfato de Amônio (NH₄)₂SO₄, Fluoreto de Amônio NH4F e Carbonato de Amônio (NH4)2CO3. O material é tratado por destruição térmica de resíduos químicos, sem geração de passivo ambiental, pela técnica de coprocessamento através da queima em forno de produção de cimento na empresa Votorantim Cimentos S/A, em Magé/RJ, até a disposição final ambientalmente adequada.

Para esse trabalho de descarte foi necessário um estudo entre a Coordenação de Proteção Radiológica, Licenciamento e Salvaguardas da INB e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Essa última deu a autorização para a que a INB avançasse no processo. “A documentação envolvida é bem controlada e complexa. São muitas exigências. E nós só pagamos a empresa contratada após emitir certificado(s) de destinação final ambientalmente adequada de resíduos, em até 45 dias após a retirada do material das instalações da INB, e certificado de destinação térmica e relatório de rastreabilidade em até 90 dias após a retirada do material das instalações da INB”, disse o gerente.

De acordo o coordenador da Planta Química, Franciole Ezequiel, a Haztec tem uma regra para destinação do material. “Eles não podem finalizar o material de qualquer forma. Nas obrigações da contratada, existe uma regra contratual que a empresa, em hipótese alguma, poderá promover o coprocessamento dos sólidos junto com as soluções. O cálculo foi feito para garantir que não haja riscos radiológicos envolvidos no processo”, disse Franciole.

O material líquido fica armazenado no secador spray e o sólido no depósito de Produtos Químicos na FCN. No momento ainda há conteúdo para ser enviado para a Haztec: são sete toneladas de fluoreto de amônio e 60 toneladas de sulfato de amônio.

Franciole informou que o contrato com a Haztec é de 24 meses, podendo ser prorrogado por mais três períodos iguais e consecutivos de 12 meses até o limite de 60 meses. A proposta é que os descartes sejam semanais. O coordenador explicou que a INB tem a capacidade de descartar 30 toneladas por semana. A média de produção de resíduos por mês, durante as recargas, é de até 40 toneladas, segundo informou.

O supervisor de Efluentes e Secadores, Paulo Zambon, explicou que esta contratação é necessária para que o fluxo do gerenciamento de resíduo, o qual é intrínseco ao ramo de negócio da empresa, aconteça corretamente. “Porém não é uma atividade fim da INB, mas é uma atividade obrigatória para o atendimento de requisitos legais aplicáveis”, disse.

Essa é a segunda vez que a INB opera para o descarte deste material. A primeira foi em 2010.

VENDA- A ideia, de acordo com Mattos, é que nos próximos anos a INB tenha a possibilidade de encontrar empresas que paguem pelos resíduos, já que eles podem ser úteis em outros casos. O sulfato de amônio pode ser utilizado por fábricas de fertilizantes e o fluoreto de amônio para indústrias que fabricam pastas de dente. “Existe um mercado para venda desses resíduos e a Coordenação de Desenvolvimento de Processos da INB vem trabalhando para que isso ocorra”, disse o gerente.



Gerente Marcos Mattos, supervisor Paulo Zambon e o coordenador Franciole Ezequiel


COMPARTILHE NAS MÍDIAS SOCIAIS: