INB quer retomar produção de urânio em 2017 e busca parcerias

Durante palestra do curso da WNU – World Nuclear University-, nesta segunda (03/04), o presidente da Indústrias Nucleares do Brasil, João Carlos Tupinambá, afirmou que o objetivo da empresa é voltar a produzir urânio em Caetité/BA ainda em 2017 e que a empresa está buscando parceiros nacionais e internacionais para diversos projetos.

O evento aconteceu no auditório da Nuclep, em Itaguaí/RJ, e reuniu profissionais e estudantes do setor.

“Pretendemos iniciar a produção ainda no ano de 2017, promovendo uma licitação para contratar os serviços de extração mineral no segundo semestre do ano”, explicou Tupinambá. A mina do Engenho, nova área a ser explorada, está em fase de decapagem, que é uma etapa antes da mineração. Já foram realizadas atividades secundárias de supressão de plantas, abertura de estradas e drenagem.

Tupinambá disse também que a INB está buscando parcerias com outras empresas para explorar o urânio nas áreas virgens, bem como em áreas já conhecidas. “Já começamos a conversar com a CNNC, uma empresa estatal chinesa, que é um player no setor, sobre essas possibilidades”, revela.

Sobre os novos negócios, o executivo destacou a exportação de pó de UO2 para a Argentina que foi realizada pela primeira vez no ano passado. “Este ano já fizemos proposta de fornecimento de pó de UO2 para ser usado em Atucha I, reator argentino. No entanto, ainda estamos esperando a permissão do governo brasileiro para exportar”, disse. Tupinambá também falou que a empresa está planejando fazer estudos de viabilidade técnica e comercial conjuntamente com a Marinha Brasileira e o IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) para produzir urânio metálico para reatores de pesquisa, a fim de participar deste mercado de combustível. 

O curso contou com a participação de especialistas do setor nuclear do Brasil e de outros países como da World Nuclear Association (WNA),  da MZ Consulting, da Autoridad Regulatoria Nuclear (ARN, Argentina), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e da Nuclep. O evento reuniu 130 pessoas entre profissionais, executivos e estudantes do setor e abordou diversos temas como o futuro da energia nuclear no mundo, a segurança da indústria nuclear e a tecnologia dos reatores.


Evento reuniu profissionais e estudantes do setor nuclear

Visita à Fábrica da INB

Na terça (04), a Fábrica de Combustível Nuclear da INB, em Resende/ RJ, recebeu 50 alunos do curso para uma visita técnica.

A mestranda em energia nuclear pelo Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Suyene Rocha Pinto, ficou impressionada com as instalações da Fábrica. “Nunca tinha estado antes em uma planta tão bem estruturada quanto a INB. Além disso, o conhecimento dos técnicos e profissionais que aqui trabalham fortificou ainda mais nosso interesse pela energia nuclear”, relatou. 

  

Alunos do curso visitaram a Fábrica de Combustível Nuclear da INB, em Resende (RJ)

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