Instituto Butantan realiza coleta de aranhas na INB Resende

Biólogos do Instituto Butantan estiveram na Fábrica de Combustível Nuclear – FCN da Indústrias Nucleares do Brasil - INB, em Resende/RJ, entre os dias 8 e 11 de novembro, para coleta anual de aranhas-armadeiras. O trabalho é resultado de uma parceria, desde 2010, entre a empresa e o Biotério de Artrópodes, que utiliza o veneno dos animais na produção de soro antiaracnídico para suprir a demanda nacional.

Mais de 160 aranhas-armadeiras foram coletadas em uma área conhecida como talhão 36. Segundo Carlos Novaes, engenheiro químico da Coordenação de Meio Ambiente e Proteção Radiológica Ambiental, os chamados talhões são locais de recuperação florestal.

“No talhão 36, foi montada toda uma estrutura com madeiras recicladas para facilitar a vida e procriação dessa espécie. Quando as aranhas encontram um ambiente com condições favoráveis, não têm motivo para saírem dali. Portanto, essas áreas nos ajudam a diminuir consideravelmente a incidência desses animais nas áreas edificadas da empresa”, contou o engenheiro.

O trabalho de coleta aconteceu mais intensamente durante a noite, entre as 18:30h e 22h de cada dia. Além de Carlos, dois colaboradores da área de produção de mudas acompanharam as atividades, prestando auxílio à equipe do instituto.

 As aranhas-armadeiras são coletadas vivas e enviadas ao Biotério de Artrópodes, no Instituto Butantan. A produção do soro depende também do veneno de mais dois animais: a aranha- marrom e o escorpião- amarelo. Estes são coletados em outras localidades da região Sudeste do Brasil, através de programas mantidos pelos Centros de Controle de Zoonoses dos municípios, pela comunidade em geral e por coletas periódicas da equipe do Biotério de Artrópodes.

“Contamos ainda com a nossa própria criação de aranhas-armadeiras, com mais de 7 mil nascidas no laboratório. Após o recebimento das aranhas-armadeiras no Biotério de Artrópodes , selecionamos as adultas para extração de veneno e mantemos as jovens  até alcançarem  o tamanho ideal para também serem submetidas à extração ”, explicou a bióloga do Butantan Rosana Martins, uma das responsáveis pelo trabalho realizado na INB, que veio acompanhada dos biólogos Laiz Medeiros e Maicon Cortes. Segundo ela, a quantidade de soro anti-aracnídico produzido é planejada de acordo com a demanda do Ministério da Saúde anualmente.
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