Ministro de Minas e Energia inaugura cascata de enriquecimento de urânio na INB

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, inaugurou nesta sexta-feira, dia 26, na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende, a 9ª cascata de enriquecimento Isotópico de Urânio. Com a ampliação, a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) reduz o seu grau de dependência na contratação do serviço de enriquecimento isotópico no exterior para a produção de combustível das usinas nucleares nacionais.

A 9ª cascata possibilitará o alcance da capacidade de produção para atendimento de 65% da demanda das recargas anuais de Angra 1,  correspondendo a um acréscimo de cerca de  5% em relação à capacidade atual. O investimento para a construção dessa cascata foi de R$ 54 milhões.

Após a inauguração feita de forma presencial na cascata na FCN, foi realizada uma visita para demonstração do processo de enriquecimento para convidados e, logo em seguida, uma cerimônia com a presença de representantes do Ministério de Minas e Energia, Marinha do Brasil, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Poder Executivo e Legislativo de Resende, entre outras instituições, além de empregados da INB.

Na ocasião, o presidente da INB, Carlos Freire, destacou a palavra superação para descrever o processo de implantação da 9ª cascata de enriquecimento, que segundo ele, está sendo possível mesmo com a pandemia e restrições orçamentárias sofridas pela estatal. “Essa é mais uma conquista para a INB e para o país, o que reflete a sinergia entre a empresa, a Marinha do Brasil, o Ministério de Minas e Energia e as instituições do setor nuclear brasileiro”, disse.

Freire destacou que a tecnologia de enriquecimento isotópico do urânio pelo processo da ultracentrifugação tem importância estratégica para o Brasil, por ser uma tecnologia de ponta, dominada por poucos países. “A nossa expectativa é concluir a primeira etapa até o final de 2022. Em seguida, o desafio será a implantação da Usina Comercial de Enriquecimento de Urânio, a UCEU, que prevê a instalação de 30 cascatas de ultracentrífugas. Quando todas estiverem em funcionamento, seremos autossuficientes na produção de urânio enriquecido. Ou seja, a INB será capaz de suprir, com produção nacional, a demanda das usinas nucleares de Angra 1, 2 e 3”, finalizou.

Na sequência, o ministro de Minas e Energia enfatizou a importância da autoestima para a superação e concretização de realizações como a inauguração da 9ª cascata de enriquecimento de urânio da INB e ressaltou a importância da força de trabalho, dos colaboradores, conselhos fiscal e de administração nesse processo. “Vocês conseguiram isso superando desafios que já vem de anos e também mais de 700 dias de pandemia. Isso a meu ver é motivo para orgulho e autoestima”, disse. 

Bento ressaltou que a INB é uma empresa estratégica para o Brasil e tem vantagens competitivas em relação a outros países do mundo em relação a energia nuclear. “Nós temos grandes reservas de urânio no país, mineral fundamental para a fabricação do combustível nuclear, nós dominamos a tecnologia de combustível nuclear e somos um país que tem necessidades energéticas muito grandes por ser um país continental”, destacou.

O ministro enfatizou a energia nuclear como fundamental para a transição energética do mundo. “E o Brasil poderá cooperar muito com a comunidade internacional, por essas características que têm: pela tecnologia que domina, pelas reservas minerais que possui e também por ter empresas como a INB”, assegurou. 

OPERAÇÃO- A inauguração faz parte da primeira fase da implantação da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio, um projeto em parceria com a Marinha do Brasil, que visa à instalação de dez cascatas de ultracentrífugas na FCN. Quando estiver concluída esta etapa, será atingida a capacidade de 70% da demanda anual necessária ao abastecimento de Angra 1.

A tecnologia de enriquecimento do urânio pelo processo da ultracentrifugação foi desenvolvida no Brasil pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN /CNEN). De acordo com a World Nuclear Association, o Brasil faz parte de um seleto grupo de 13 países reconhecidos como detentores de instalações para enriquecimento de urânio com diferentes capacidades industriais de produção.

AMPLIAÇÃO- A 2ª fase do empreendimento contemplará mais 30 cascatas de ultracentrífugas, fazendo com que a INB atinja a capacidade suficiente para suprir a demanda de urânio enriquecido para recarga das usinas nucleares de Angra 1, 2 e 3.

 

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