INB Caldas adquire equipamento de ponta para análise laboratorial

A Indústrias Nucleares do Brasil - INB implantou, recentemente, no laboratório ambiental da Unidade em Descomissionamento de Caldas (UDC), em Minas Gerais, uma nova técnica de análises laboratoriais através do equipamento Espectrometria de Massas com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-MS), que possui a capacidade de lidar com diversos tipos de amostra e, devido a alta sensibilidade e rapidez, consegue analisar amostras com teores muito baixos e também elevados. Com isso, de acordo com o coordenador de Radioproteção e Laboratório Ambiental da unidade, Fabio William Rodrigues, o equipamento permite avaliações mais rápidas e próximas da realidade.

Segundo o coordenador, o procedimento do ICP-MS permite a quantificação de urânio, tório e outros elementos na ordem de partes por trilhão (ppt), nível de sensibilidade até então inacessível ao laboratório da UDC. “No ano de 2020, foram realizadas cerca de quatro mil análises de urânio e tório natural, além de seis mil análises de outros elementos indicadores de drenagem ácida. O equipamento irá absorver essa demanda em sua rotina, em atendimento à legislação ambiental, para lançamento de efluentes e qualidade de águas nos limites estabelecidos, com o objetivo de cumprir o Programa de Monitoração Radiológica Ambiental (PMRA)”, explicou. E complementou: “com a utilização do equipamento também aumentamos as possibilidades de promover ações caso seja identificada alguma alteração nos resultados de monitoramento. Hoje teríamos a capacidade de atuar de forma mais ágil, acelerando o processo de tomada de decisão, no caso de identificação de alterações nas liberações de efluentes”.

Por enquanto, a equipe do laboratório ambiental está fazendo uma transição entre a técnica do ICP-MS e as anteriores utilizadas na unidade. “Precisamos manter os procedimentos ativos até finalizar a transição, o método anterior será uma segunda opção, em caso de algum impedimento no uso do ICP-MS”, disse Fabio. Os outros processos utilizados são relacionados à química clássica e métodos espectrofotométricos que utilizam um número grande de agentes. “Com a utilização do novo equipamento, há a possibilidade de uma química mais limpa e mais verde, além de um volume de amostra em menor tamanho”, destacou o coordenador. Por exemplo, em casos onde eram utilizados 1.000 mililitros de água, agora são necessários 10 mililitros, uma diminuição de cem vezes do volume de amostra.

O químico da INB João Paulo Barolli Reis contou que a equipe está fazendo a migração dos procedimentos e que, em breve, será possível avaliar outros tipos de amostras como solo, leite e aerossol, por exemplo. “Nesse primeiro momento estamos analisando a água, mas avaliaremos sedimentos e produtos agropecuários”, disse, explicando que o laboratório da UDC atende também a Unidade em Descomissionamento de Buena/RJ (UDB), a Unidade de Concentração de Urânio (URA), em Caetité/BA, e a Unidade em Descomissionamento de São Paulo (UDSP).

Além da precisão do equipamento, Fabio destaca a velocidade em relação ao método anterior. “Tendo insumo e amostra preparada, o resultado leva de 3 a 7 minutos para ficar pronto. Antes, levava três dias e tínhamos que fazer uma batelada ao mesmo tempo”, disse. Entre os benefícios do equipamento também está a redução de custos em médio prazo, com diminuição de consumo de insumos relacionados à preparação de amostras por digestão ácida.

A Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende/RJ, e a Unidade de Concentração de Urânio também possuem o equipamento importado que custou, considerando todos os acessórios e infraestrutura, cerca de R$1,4 milhão.

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